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Teatro e sua 'Missão'(?)

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Há quem ache que o teatro deveria se pautar tal qual  Brecht, outros dizem que a arte não deve ter função nenhuma. Há um filme excelente sobre este assunto chamado "Mephistófolis" (ou algo assim, minha memória não é das melhores) onde um artista em plena Alemanha de Hitler precisa decidir se aceita ou não ser pago pelo serial killer Adolfzinho...
Colegas e coleguinhas,

Depois de um final de semana preguiçoso (e produtivo, vejam ...), pude ver duas coisas interessantes:

A primeira foi o famoso vídeo da Vanusa bêbeda cantando o hino nacional (ela jura que foi remédio para labirintite).
E a segunda foi a 'descoberta' do Belchior (que pra mim foi simplesmente uma jogada de marketing do Fantástico, faltou pauta, aí sumiram e acharam o cara...).


Aí fiquei pensando nessa idéia maluca de dignidade.

Oras bolas e carambolinhas é, de fato, muito engraçado assistir o vídeo (no final do post prometo 'linkar'), mas fico pensando o que a Vanusa deve sentir sabendo que mais de um milhão de pessoas assistiram aquilo. Por outro lado me pergunto o que leva alguém a cantar o hino nacional naquele estado (seja labirintite ou cirrose).

E por aí minha mente nada sã viajou. Até que me lembrei de um amigo francês que escreveu algo sobre "O Teatro e seu duplo". Onde discute a função do teatro. E me lembrei de todos aqueles chatos que falavam / falam que o teatro tem sua função.

Há quem ache que o teatro deveria se pautar tal qual  Brecht, outros dizem que a arte não deve ter função nenhuma. Há um filme excelente sobre este assunto chamado "Mephistófolis" (ou algo assim, minha memória não é das melhores) onde um artista em plena Alemanha de Hitler precisa decidir se aceita ou não ser pago pelo serial killer Adolfzinho.

Eu já fui mais radical, hoje penso que a arte e o teatro em geral não precisa, necessariamente, ter uma função social. Não acho que uma peça para ser boa precisa apresentar problemas e / ou soluções.

O cenário atual, no entanto, parece abdicar totalmente da dignidade. Não são poucas as peças ruins, em número maior ainda estão as semi-comédias onde a falta de texto, iluminação, direção, de atores e, às vezes, até de cenário fazem um público preguiçoso.

Porque os Zorras da vida são extremamente simples de serem feitos. Uma fórmula normalmente machista, baseada em clichês, chegando até mesmo a colocarem mulheres com pouca roupa para chamar público. Aí me pergunto de novo, e aquele negócio de dignidade?

Se me perguntarem eu acho que até isso aí tem sua função. O teatro (o verdadeiro) não precisa ter um função social. Pode falar do amor, da desilusão, pode até não falar de nada. Mas tem obrigação de educar o público.

Por educar o público entendo uma produção teatral com texto de verdade. Com protagonista, com tudo aquilo o que Aristóteles falava a respeito de reviravolta ou que negue tudo isso tal Moliére. Mas que faça questão de um diretor, uma iluminação, um cenário e, principalmente, de atores.

Eu não sou mico de circo! Eu penso, racionalizo! Eu até me pergunto se as falas que estou dizendo no teatro são coerentes. E aceito não concordar com elas. Mas deixo claro no contexto.

O teatro pode até não ter uma função. Mas sempre agirá em função de alguma coisa. Meu desejo é que fosse, no mínimo em função do próprio Teatro.

Ah, o vídeo da vanusa... procure no youtube por "Vanusa + hino nacional", mas juro que não recomendo.

em tempo: o blog vai mudar um pouco o layout, de forma a facilitar a leitura do conteúdo, no entanto, é possível (não é certo ainda) que se percam os comentários já feitos, minhas humildes desculpas caso isso ocorra

1 turradas:

Semíramis F. Alencar Moreira on 31 de agosto de 2009 às 11:40 disse...

Putz, Victor! leu meus pensamentos - aliás qualquer pessoa mais inteligente saca que o "sumiço do Belchior" foi pura jogada de marketing da Rede Globo. E Aquela do aniversário de 50 anos do Didi Mocó? que encheção de lingüiça... a Globo se vê ameaçada apela pro emocionalismo barato e para as atrações que deram certo no passado. é uma lástima ocupar nosso precioso domingo com tanta baboseira. Teatro é arte, a arte não precisa de uma finalidade social - ela até pode ter, mas isso ser uma obrigação é desvirtuar o sentido mais puro da arte. Muitas vezes, essencialmente em tempos de Criança Esperança (outra varada n´àgua) a mídia nos faz crer que não outro caminho para a inclusão social do que a arte - assim virou moda os artistas de rua, "lacraias" se dizendo bailarinos, malabares de esquina se dizendo artistas de circo, a minha pergunta básica - Quantos alunos assistidos pelo Criança Esperança foram incluídos nos castings da própria Rede Globo (corpo de baile do Faustão, figurantes nas novelas...^)?
Continuo acompanhando seu blog que é sempre excelente!
Abraços fraternos,

Semíramis Alencar

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