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Sim, São Paulo se afogou ontem. Sim, eu fui um dos afogados (mas não foi na favela da maré, nem estava com lanterna nenhuma). E sim, o título do post é um trocadilho. A questão que será discutida é bem simples, quanto tempo nos resta para a cultura?
Sim, São Paulo se afogou ontem. Sim, eu fui um dos afogados (mas não foi na favela da maré, nem estava com lanterna nenhuma). E sim, o título do post é um trocadilho. A questão que será discutida é bem simples, quanto tempo nos resta para a cultura?

Ganhei forçosas quatro horas de puro ócio. Nada a reclamar, a não ser o preço de um livro que acabei comprando porque bobo não sou e logo vi que ficaria horas dentro do meu nem tão confortável carrinho. Útil porém caro, o livro do mestre Sábato ("Panorama do Teatro Brasileiro") me deu um clique.

Quantas horas as pessoas têm para gastar com uma boa e velha leitura? (ou com uma nova, leitura virtual, sem discriminações) O ponto é que, envolto ao caos como estava tive que ler. Não me restava opção. E foi bom. E me lembrei de como é difícil ler hoje em dia. Não só porque o preço do livro é um tanto abusivo (gastei 50 reais num livro escrito em 1962, numa re-edição de 1992) e tende a ficar ainda mais, mas porque a concorrência é enorme.

Saibam os senhores e senhoras que nada tenho contra as novas mídias (seria um tanto controverso dizer que não, posto que tenho twitter, blog e msn...). Dito isso...

É complicado concentrar toda a nossa leitura em cima de blogs e links do twitter. Complicado não pelo fato de não sabermos quem está escrevendo do outro lado (sabemos apenas até a página 2), mas porque acabamos por abandonar os clássicos. Sem os clássicos não sabemos o que foi feito e sem saber disso não temos como mudar nada, certo? (talvez...)

Então o tempo que temos já é pequeno, e ele faz competição com nossa novela, filme, teatro, minissérie, twitter, blogs e tantas outras coisas não menos interessantes.

Pensando nisso (será?) o governo federal resolveu criar um fundo para literatura. O  fundo seria investido em bibliotecas públicas, novos encontros literários além de feiras de livro. Mas veja como é bizarro o setor editorial brasileiro.

Para a criação do fundo o governo resolveu taxar em 1% o faturamento bruto de todas as empresas da cadeia produtiva de livros, leia-se: editoras, livrarias, revisores e etc. A esperança do governo é lucrar R$60 milhões (só?!).

Acontece que para que isso seja possível o governo em 2004 abateu dos preços dos livros os impostos PIS e Cofins. Segundo o próprio governo o setor produtivo deixou de contribuir com 100 milhões de reais. A desculpa é que com este dinheiro economizado o mesmo setor investiria os tais 1% em cultura.

Não se perca.

Segundo os empresários esta nova taxa (a primeira que citei) criaria uma cadeia de aumentos que, claro, chegaria aos nossos bolsos em aproximadamente 2,1 % do preço final do livro. Um aumento irrisório para meu livro de 50 reais que custaria agora R$51,05 (podem me corrigir devo ter errado na conta...).

Não fosse a estranha sensação de que para incentivar a cultura os livros ficariam mais caros nada de errado...

Mas esse valor precisa ser repassado? Veja, só a Bienal do Livro do RJ terá um aumento de investimento de 30%. Até que para quem está afogado na crise essa indústria arrisca bem não é não?

Por fim me deparo com a seguinte declaração no respeitado "Valor Econômico" do não menos respeitado (pelo menos até esta declaração) dono da rede de livrarias que mais cresce no país (e que, por isso, não precisa de jabá) o Sr. Pedro Herz:

"Qualquer forma de incentivo à leitura é bem-vinda, mas cá entre nós: se o presidente Lula passasse a frequentar livrarias com seus filhos e neto, essa prática teria um efeito muito maior do que qualquer imposto ou fundo inventado pelo governo."

É fato! Só não entendi porque ele não cobrou isso do FHC também, e assim me pareceu um tanto preconceituosa a afirmação.

Fato mesmo é que a indústria que se diz lutando para sobreviver está investindo 30% a mais num evento tradicional, e a principal livraria do país cresce em ritmo acelerado. Se bem que também é público e notório que em 2008 foram vendidos 19% menos livros que em 1998.

E durmam com este barulho.

2 turradas:

Vário do Andaraí on 9 de setembro de 2009 às 09:51 disse...

BOA !

DO Padre Antonio Vieira eu não abro mão.

Marcia on 9 de setembro de 2009 às 14:15 disse...

Olá

Menino esse negócio , de hcuva está terrível mesmo rsrsrsrsrsr....
Aqui em Curitiba, a coisa tá muito feia não para de chover um minutoooooo

Socorro!!!

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